A bicicleta veio para facilitar a vida do homem, mas pode ter funções muito mais importantes. Um estudo feito pelo Instituto de Saúde Global Barcelona (ISGlobal) divulgado em 2018 sugere que a bicicleta é o meio de transporte que mais beneficia a saúde das pessoas – inclusive quando comparada à caminhada. Seu uso também aumenta o bem-estar, mantém a mente saudável e diminui a sensação de solidão.
Os cientistas recorreram a um banco de dados com 8.802 moradores de sete cidades europeias. São elas Antuérpia (Bélgica), Barcelona (Espanha), Londres (Inglaterra), Örebro (Suécia), Roma (Itália), Viena (Áustria) e Zurique (Suíça). Todos responderam questionários sobre como se locomoviam e a percepção da própria saúde física e mental. Ao final de dois anos, 3.567 participantes voltaram a preencher os formulários.
Os meios de transporte considerados na pesquisa foram carro, moto, transporte público (ônibus, metrô etc), bicicleta, bicicleta elétrica e caminhada. Resultado: a bike foi associada às respostas mais positivas com relação à saúde. E também foi vinculada à sensação de mente sã, vitalidade e menos estresse e solidão. Pedalar melhora o condicionamento físico, ajuda a combater o estresse e previne doenças como hipertensão, colesterol alto e enfarto. O exercício também é o mais recomendado para quem não tem condicionamento físico.
O Brasil e a bike
No Brasil, o uso da bicicleta vem crescendo se levado em consideração à produção deste tipo de transporte. De acordo com os dados divulgados pela Abraciclo (Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares), em 2018 foram produzidas 773.641 mil unidades pelas empresas fabricantes de bicicletas instaladas no Polo Industrial de Manaus – PIM, o que representa um aumento de 15,9% em relação a 2017.
Esta foi a primeira vez que o setor apresentou crescimento após quatro anos. Os fabricantes chegaram, inclusive, a revisar a projeção. Segundo dados da Abraciclo, a retomada dos negócios em 2018 foi impulsionada pela maior oferta de produtos, preços mais competitivos e expansão da mobilidade urbana. “Isso significa ampliação das ciclovias, ciclofaixas e ciclorrotas”, comenta o vice-presidente do segmento de bicicletas da entidade, Cyro Gazola.
O bom resultado do ano passado faz a indústria projetar mais um ano de crescimento, em 2019. “Acreditamos que haverá um crescimento de 10,8% na produção de 2019. Deve chegar a 857 mil unidades, sendo 78 mil unidades a mais do que as 779 mil de 2018”, diz o empresário.
Elétricas em crescimento
Parte do crescimento da indústria no próximo ano deve ocorrer pelo aumento da venda de bicicletas elétricas. Em 2018, a categoria representa 0,35% do setor, mas a expectativa é que, em 2019, 13 mil unidades deste tipo de produto sejam vendidas, ultrapassando as bikes de estrada. “O uso cada vez mais acentuado de bicicletas elétricas é uma tendência mundial e deverá chegar com força no Brasil”, diz Gazola.
A categoria urbana é a com maior volume de vendas. O País encerrou o ano com 440 mil modelos deste tipo produzidos, contra 332 mil de MTB. A tendência, no entanto, deve se inverter em 2019, com as mountain bikes ganhando espaço no mercado por sua versatilidade. A expectativa é que em 2019 sejam produzidas 419 mil MTBs e 411 mil urbanas